Morreu, na noite desta quinta-feira (22), Ariadne de Souza, a mulher de 40 anos que teve 40% do corpo queimado quando sua casa pegou fogo, no bairro Nova Palestina, em Vitória, no dia 14.
De acordo com vizinhos, Ariadne tentou proteger o filho de três anos durante o incêndio. O menino teve queimaduras na testa e na boca, além de inalar fumaça. Ele precisou ser levado para o Hospital Infantil de Vitória.
A morte de Ariadne, que estava internada desde o dia do incêndio, foi confirmada pelo vizinho dela, Simão Siqueira, que é também padrinho do filho da vítima.
Mãe abraçou filho para protegê-lo
Simão, que ajudou no resgate de mãe e filho no dia do incêndio, disse que Ariadne abraçou o filho para protegê-lo.
"Eu quebrei a porta e a tirei de lá de dentro. Ela colocou o filho na frente o abraçou para proteger. De tanto que ele quase não foi afetado, só teve um ferimento de leve na testa e na orelha. Ela salvou o filho", disse o vizinho.
Pai vem ao ES para ver o filho
Durante o tempo em que Ariadne esteve internada, o filho dela ficou aos cuidados de Simão e da família.
O colegiado do Conselho Tutelar de Maruípe informou que foi avisado pelo hospital sobre a morte da mãe e, por isso, retirou a criança da casa dos vizinhos por considerar que ela estava em situação irregular, já que não estava sendo cuidada por familiares ou por pessoas que tivessem autorização legal para isso.
O pai do menino, que mora em Minas Gerais, está a caminho de Vitória para buscá-lo.
Ainda segundo o colegiado, Ariadne teve outros 12 filhos além do menino de 13 anos.
Chamas destruíram a casa
Vídeos mostraram o momento em que as chamas ainda consumiam a casa e o incêndio era combatido pelo Corpo de Bombeiros. Vizinhos ficaram assustados com a intensidade do fogo.
Dentro do imóvel de um cômodo, eletrodomésticos e móveis ficaram destruídos. Só sobraram algumas peças de roupas que estavam estendidas no varal.
Segundo a garçonete Joelma de Oliveira Cardoso, moradora da região, o incêndio começou logo depois das 6h e os vizinhos acordaram com os gritos de socorro da moradora.
"Fui levar minha filha para a escola e quando retornei ela estava sentada na escada gritando de dor. Muitas queimaduras nos braços. O bebê parado e em estado de choque, parado, assustado. Muito triste", contou.