Os bombeiros que participam das buscas às vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, passaram a usar máscaras no trabalho sobre a lama. O forte mau cheiro dos corpos em decomposição já atrai dezenas de urubus para a região da Mina Córrego do Feijão, próximo ao local do rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG).

Segundo a assessoria de comunicação da corporação, as máscaras de proteção têm dupla função: evitar a inalação de resíduos tóxicos e dos equipamentos que eles estão utilizando nas buscas e, também, que os soldados sintam tão fortemente o mau cheiro.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, comentou as dificuldades que os envolvidos no trabalho de resgate estão tendo.

"Em primeiro lugar, é bem impactante. Pela força da lama, muitas vezes não é possível encontrar o corpo íntegro. Muitas vezes são localizados segmentos de corpos", descreveu Aihara.

"Existe também um trabalho de dificuldade da localização porque, como todo ambiente está tomado de lama, a gente ter a precisão de identificar o que é um corpo, o que pode ser matéria orgânica de um animal... às vezes, na busca visual no sobrevoo, como a gente tem aquele tom todo monocromático, isso também prejudica. Por isso que a gente utilizou uma série de equipamentos específicos. Os corpos que estavam no nível superficial, já foi feito o trabalho de recuperação deles. Agora entra numa característica mais técnica da operação, que a gente precisa fazer várias escavações."