Com medo de ameaças, o deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro, Jean Wyllys, vai abrir mão do seu mandado e deixar o Brasil. O parlamentar eleito com 24.295 votos está de férias fora do País e, em entrevista à Folha de S.Paulo, revelou que não retornará para o Brasil. Ele também afirma que vai se dedicar à vida acadêmica. 

"O (ex-presidente do Uruguai) Pepe Mujica, quando soube que eu estava sendo ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me justificar". justifica.

Outro ponto que fez Wyllys tomar essa decisão foi, segundo ele, a informação que o senador Flávio Bolsonaro empregou em seu gabinete, durante seu mandato de deputado estadual no Rio de Janeiro, familiares de um ex-Policial Militar suspeito de chefiar milícia investigada pela morte da vereadora Marielle Franco. 

"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e mãe do sicário", afirmou Wyllys. "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", disse ele, na mesma entrevista à Folha.

Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender as causas LGBT no Congresso Nacional. Com isso, se tornou um dos principais alvos de grupos extrema-direita no país, principalmente nas redes sociais. 

Sobre o futuro a partir de agora, ele ironiza: "Acho que vou até dizer que vou para Cuba".