Celedino Vieira, 59 anos, recebeu um coração em um transplante realizado há 14 anos e hoje é casado com a viúva do doador, Leila Celedino é o paciente vivo mais antigo que realizou transplante de coração em Campo Grande (MS), na Santa Casa.

 

A primeira cirurgia foi feita em 1993 e ele foi o quarto a realizar o procedimento. Em 2005, os transplantes foram interrompidos pela falta de estrutura do hospital e só foram retomados na semana passada, oito anos depois. Da minha turma de oito transplantados, todos já morreram. O último foi há dois meses, agora não sei se fico alegre ou preocupado, brinca.

 

 A cirurgia foi bem-sucedida e Celedino pode retomar a vida normal, com o trabalho, a esposa de mais de 20 anos de casamento e os dois filhos. Mas guardou o desejo de conhecer a família do doador e agradecer pessoalmente, quem sabe poder ajudar de alguma forma.

 

Para ele, os acontecimentos em torno de um só coração se tratam de pura coincidência Celedino e a mulher também se tornaram incentivadores assíduos da doação de órgãos. Ela lembra que a história quase não aconteceu porque era contra a doação dos órgãos do então marido

 

Como ele mesmo e seus amigos brincam, o paciente levou o coração e a mulher do doador Adenilson de Souza Batista, 26. Se fosse enredo de um conto romântico, Celedino poderia ser apresentado como o protagonista que recebeu a missão de continuar fazendo o coração bater no peito, tanto dele como de Leila e de seus dois filhos, de 6 e 8 anos na época.