O uso de máscara em aviões e aeroportos volta a ser obrigatório no Brasil a partir desta sexta-feira (25). A medida foi determinada na última terça (22), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em função do aumento do número de casos de Covid-19 no país, bem como o de internações em hospitais pela infecção.

A obrigatoriedade havia sido retirada pela agência sanitária em 17 de agosto, que, até este momento, apenas recomendava o uso do equipamento de segurança. A obrigatoriedade esteve em vigor entre 2020 e agosto de 2022. Atualmente, o Brasil enfrenta uma nova onda de contaminação do coronavírus. Em boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na última quarta (23), foi registrado que 15 Estados tiveram alta de casos graves de Covid-19.

O documento se baseia nas últimas seis semanas e demostra tendência de alta, com crescimento no número de infectados em 17 capitais brasileiras. Segundo a Fiocruz, a maioria dos novos infectados nesta nova onda são idosos com mais de 60 anos — parte da população considerada mais vulnerável à doença.

De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, o assunto de máscaras em aviões voltou a ser abordado após a agência receber manifestações de especialistas e entidades como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). No mesmo dia em que retomou a obrigatoriedade do uso de máscaras nos aeroportos, a Anvisa também aprovou o uso emergencial de duas vacinas bivalentes contra a Covid-19.

Dos cinco diretores da agência sanitária, três deles foram favoráveis aos imunizantes da Pfizer que poderão ser aplicados como dose de reforço na população acima de 12 anos, três meses após a última dose. Ambas as vacinas protegem contra a variante original do novo coronavírus e as últimas subvariantes da Ômicron, que provocam o novo surto.

Nesta quinta-feira (24), o governo de São Paulo também anunciou a retomada de obrigatoriedade do equipamento de segurança contra a Covid-19 nos transportes públicos do Estado, incluindo ônibus e metrô da capital paulista. A decisão passa a valer a partir deste sábado (26), e segue recomendação do Comitê de Especialistas em saúde que assessora o governo em decisões sobre a endemia.

O grupo considera a nova alta de casos e internações pela doença. “São Paulo tem apresentado aumento expressivo na transmissão do Sars-Cov-2, que se reflete principalmente nos indicadores de internações por Covid-19 em leitos de enfermaria e UTI, que nos últimos 14 dias mostram crescimento de 156% e 97,5%, respectivamente, chegando a uma média diária de mais de 400 novas internações”, diz comunicado do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, chefiado pelo infectologista David Uip.