Com a notícia da morte da rainha Elizabeth 2ª , divulgada na quinta-feira (8), em meio às inúmeras menções nas redes à mais longeva monarca britânica, um termo se destacou como um dos mais procurados no Google em todo o mundo: "rainha nazista". Isso, porque, em julho de 2015, o tabloide britânico The Sun publicou uma reportagem em que Elizabeth, à época com seis anos, surge em um vídeo preto e branco fazendo a saudação nazista, com o braço esticado à frente do corpo. Ela aparece junto ao tio, que poucos anos depois se tornaria o rei Eduardo VIII. A edição caiu como uma bomba na sociedade britânica.

Acredita-se que as cenas tenham sido filmadas em 1933 ou 1934, quando Hitler ganhava destaque como Führer na Alemanha. As circunstâncias da situação mostrada ali, no entanto, não são claras.

Na época da divulgação das imagens, a Casa Real do Reino Unido condenou a atitude do The Sun , alegando que o material era privado e não deveria ter se tornado alvo de divulgação. O jornal se recusou a dizer como conseguiu a filmagem, mas afirmou que era uma "história importante e interessante". Em nenhum momento, a realeza negou a autenticidade do vídeo e afirmou ainda que o ato de divulgá-lo foi "enganoso e desonesto". 

"A maioria das pessoas verá essas fotos em seu devido contexto e tempo. Esta é uma família tocando e referenciando momentaneamente um gesto que muitos teriam visto nos noticiários contemporâneos", disse uma fonte do Palácio. "Ninguém naquela época tinha noção de como isso iria evoluir. Insinuar qualquer outra coisa é enganoso e desonesto."

Eduardo VIII era simpatizante do nazismo

Eduardo VIII, o tio da rainha e homem que aparece com ela nas imagens, tinha aberta simpatia por Adolf Hitler. Há uma foto em que ele e a esposa, Wallis Simpson, conhecida como Duquesa de Windsor, aparece junto com o líder nazista. A imagem foi registrada em 1937, quando o ditador já demonstrava claramente ter planos de dominar a Europa. O casal viajou à Alemanha naquele ano para discutir um movimento internacional pela paz nos termos de Hitler.

Documentos revelados este este ano pelo historiador britânico Andrew Lownie mostram ainda que Eduardo VIII não só tinha aberta simpatia por Adolf Hitler, como teve atuação concreta e decisiva na Segunda Guerra. Ele teria repassado aos nazistas informações cruciais sobre as falhas da defesa da França pouco antes de o país ser invadido por tropas alemãs, em 1940.

Não há indício, no entanto, de que a rainha teria qualquer simpatia pelo regime nazista.

 


 

Eduardo VIII e a esposa, Wallis Simpson, a Duqesa de Windsor, viajaram à Alemanha e conheceram Adolf Hitler