Afetadas pelo avanço no preço dos materiais de pavimentação, concessionárias de rodovias elevam a pressão por revisão dos contratos.

Marco Aurélio Barcelos, diretor-presidente da ABCR (associação que reúne as empresas), afirma os negócios fechados há mais de um ano estão defasados. "Há 20 meses estamos observando que o comportamento dos preços tem sido anormal", diz Barcelos.

Ele também considera importante revisar o mecanismo para os futuros contratos, que hoje são corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Estudo realizado pela entidade mostra que, entre outubro de 2020 a março de 2022, o IPCA acumulou 16% e o preço do cimento asfáltico de petróleo bateu 80%.

"Precisamos de outros mecanismos, porque o IPCA não reflete comportamento de preço para a indústria. Há um deslocamento", afirma Barcelos.

Segundo ele, a disparidade repercute sobre agenda de concessões no Brasil e os últimos leilões com número reduzido de interessados corroboram essa preocupação do setor.

"É um sinal de alerta quanto à atratividade dos projetos."