O mundo todo precisou se reinventar nesses 2 anos de pandemia. Tudo mudou e, muitas vezes (talvez em todas), foi preciso fazer do limão uma limonada. Na hora de empreender não foi diferente.

Segundo dados do Sebrae de maio deste ano, o Brasil ganhou quase 6 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) desde 2020 – 646 mil só em 2022. Atualmente há cerca de 14 milhões de MEIs no país

É o caso do marido de aluguel Everton de Castro, 34, que foi demitido do ramo de eventos em que trabalhava quando o "mundo parou" e precisou arrumar um plano B. Atualmente, ele trabalha fazendo pequenos reparos domiciliares, como conserto de chuveiro, trocas de lâmpadas e até instalação de varal.

Já o casal Lara Tassis e João Victor Bertolotti decidiu abrir a cafeteria na pandemia, mesmo com todas dificuldades, e perceberam que teriam que implementar o delivery que não estava previsto anteriormente. Deu super certo.

O g1 Minas conversou esses empreendedores que, mesmo no cenário crítico, conseguiram se reerguer e sobreviver no próprio negócio.

Conselho da ex-namorada:

Após o susto de uma demissão em meio à pandemia, Everton de Castro Marques ouviu os conselhos da ex-namorada.

 

"Trabalhava com eventos em regime de carteira assinada. Com a pandemia, sem festas, a empresa precisou me dispensar. Na época minha ex disse: 'Você é muito bom com trabalhos de casa, por que não começa um negócio como faz-tudo?'. Segui a sugestão dela e abri um negócio de faz-tudo, trabalho com pequenos reparos e instalações", contou.

 

Ele percebeu que é o ramo escolhido é de alta demanda. Hoje Everton atende clientes em BH e na Região Metropolitana. "Aprendi na prática que, se fizesse um bom atendimento, aliado a um preço justo, o negócio teria grande potencial".

E teve:

"Ganho até mais que ganhava antes. Com uma diferença importante: faço meu próprio horário e tenho qualidade de vida", disse o empreendedor.

Ousadia e bolos

O casal de gastrônomos Lara Tassis, de 29 anos, e João Victor Bertolotti, 34, decidiu abrir uma cafeteria no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em novembro de 2020, no auge da pandemia.

Lara já fazia bolos para vender, mas quis ousar abrindo uma loja física para vender doces e salgados com o marido. Mesmo em um momento de incertezas com o abre-e-fecha do comércio em Belo Horizonte, o casal pensou no futuro.

"Eu pensava que todo mundo vai estar com saudade de sentar em um local gostoso, receber pessoas, quando tudo voltar ao normal e foi isso que motivou a gente. Quando abrimos, não tinha delivery, aí vimos necessidade de ter esse serviço que ajuda muito nas vendas", contou Lara.

João Victor disse que foi um desafio grande permanecer no mercado de "portas fechadas", priorizando o delivery por alguns meses por causa da piora dos casos de Covid na cidade.

Um ano e meio depois, o casal colhe os frutos da decisão arriscada, ao ver o lucro aumentar.

"As vendas aumentaram de lá pra cá porque agora as pessoas podem pedir e desfrutar do espaço físico também".