A chuva que sempre atinge a Estação São Paulo, nesta época do ano, marcou a edição Prêmio Shell 2019, que celebrou, ontem, 20, os melhores do teatro paulista e ainda homenageou Jô Soares. "O Brasil não pode ter uma guinada tão violenta rumo à ignorância", disse.

 

Na premiação, os artistas defenderam o trabalho artístico no País. "Não somos enfeite", afirmou o ilustrador Guazzelli, que venceu na categoria cenário, pelo espetáculo Os Três Mundos, ao lado do Coletivo Bijari e Marisa Bentivegna.

 

Durante a cerimônia, a carreira de Jô Soares foi relembrada e, emocionado, o homenageado lembrou de uma frase de Millôr Fernandes. "Ele disse que um país só tem progresso se investir em cultura e tecnologia de ponta."

 

Jô também desmentiu boatos de que tenha recebido recursos da Lei Rouanet. Aos 81 anos, ele defende que o caminho da arte e dos artistas brasileiros é o de continuar resistindo. "Um amigo dizia que o Brasil é um rio, e isso passa. Mas precisamos de um barco muito forte. Eu peguei duas ditaduras. Uma tive de jogar meus livros no lago do Ibirapuera porque tinha vermelho no título, para ver onde vai a paranoia. Isso tem de passar. A gente tem de remar mesmo que seja contra a corrente."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.