Um medicamento imunoterápico "revolucionário" que comprovadamente retarda o desenvolvimento do diabetes tipo 1 foi aprovado pelos órgãos reguladores nos EUA.

Especialistas dizem que o Teplizumab marca uma "nova era" no tratamento dos pacientes, combatendo pela primeira vez a causa da doença, e não apenas os sintomas.

A droga funciona por meio da reprogramação do sistema imunológico para o impedir de atacar erroneamente as células pancreáticas que produzem insulina.

É provável que esta decisão abra caminho para aprovação do medicamento em outros países.

'Tirando o fardo'

No diabetes tipo 1, o sistema imunológico (que normalmente combate bactérias e vírus) ataca por engano as células-chave do pâncreas que produzem insulina.

A insulina é um hormônio crucial, ajudando o corpo a usar a glicose como energia, e a maioria dos tratamentos atuais se concentra nos pacientes verificarem seus níveis de açúcar no sangue e tomarem insulina — por injeção ou infusão — todos os dias.

Em 2019, um teste mostrou que o medicamento atrasou o desenvolvimento da doença por uma média de dois anos em algumas pessoas do grupo de alto risco da condição.

Especialistas dizem que esse atraso pode ser muito significativo, sobretudo para os jovens que não precisariam tomar insulina diariamente ou monitorar seu nível de glicose com tanta intensidade por esse período de tempo.

Eles sugerem que as pessoas também podem passar mais anos com seus níveis de açúcar no sangue em um patamar saudável, oferecendo mais tempo para se protegerem das complicações de níveis elevados de açúcar no sangue, como doenças renais ou oculares.

O filho de Beth Baldwin, Peter, morreu após sofrer uma cetoacidose diabética em 2014. Ele tinha diabetes tipo 1 não diagnosticada, e seu corpo estava entrando em colapso. Ele tinha apenas 13 anos.

"Uma droga como essa seria transformadora", diz Beth.

"Você não consegue impedir que as pessoas tenham diabetes tipo 1 por enquanto. Mas retardar o início... seria fenomenal — especialmente para crianças."

"Significa três anos sem ter que gerenciar intensivamente a condição, e pode atrasá-la o suficiente para que mais pesquisas sejam realizadas."

"É um grande avanço."

Beth agora trabalha com a instituição beneficente JDRF UK para aumentar a conscientização sobre os sinais de diabetes tipo 1, incluindo sentir muita sede, urinar mais do que o normal, sentir muito cansaço e perder peso sem tentar.

Rachel Connor, da JDRF UK, que financiou parcialmente o estudo, afirmou que "é um divisor de águas. Para mim, é o início de uma nova era para o tratamento de diabetes tipo 1".

"É a primeira vez que conseguimos chegar à raíz de por que a condição se desenvolve, e ajudar a mudar o processo, então não estamos mais apenas tratando os sintomas."

"Uma vez que podemos fazer isso, podemos encontrar outras maneiras de fazer isso melhor e por mais tempo."