Com mais de 30 anos de militância, a historiadora, professora, mestre em história e militante, Lavinia Cardoso é a primeira negra a escrever sobre a revolta do Queimado. 

Revolta Do Queimado: Negritude, Politica e Liberdade no Espirito Santo é o nome da obra da historiadora, lançada em 2020. 

O livro trata da Revolta do Queimado, que é resultado da construção de processo político de conquista da liberdade de negros e negras escravizados, em busca da carta de alforria.

Lavinia destaca que para construir uma visibilidade no presente é preciso construir uma visibilidade do passado: "Nesse 20 de novembro, nós temos que nos fazer perguntas, aonde estão os negros e negras importantes do Brasil, da nossa história? Para construir uma visibilidade no presente é preciso construir uma visibilidade do passado, construir uma narrativa que nos represente, para que as crianças e adolescentes negros possam olhar e se enxergar".

Lavinia é militante no Ciclo Palamerino, no Núcleo Estadual de Mulheres Negras e filiada ao Partido Socialismo e Liberdade- Psol e completa que é preciso trabalhar para recuperar esse lugar de fala: "O grande papel dos historiadores e das historiadoras negros e negras é realmente construir essa nova história a partir de uma fala negra para recuperar esse lugar de fala. Eu, por exemplo, sou a 1ª negra a escrever sobre a revolta do Queimado, antes apenas brancos haviam escrevido sobre", explica. 

O dia da Consciência Negra foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011 e faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.